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quarta-feira, 18 de março de 2009

FILOSOFIA DE SÊNECA 2

Sêneca – O tempo que temos não é curto, mas, perdendo grande parte dele, fazemos com que ele seja. A vida é suficientemente longa para realizar nela grandes coisas, se a vivermos bem. Mas se alguém passa o tempo no descanso e nos prazeres, e não se ocupa em coisas elogiáveis, quando chega ao momento final, vemos que ele se foi sem ter podido compreender que caminhava.
O certo é que a vida que nos foi dada não é breve; nós fazemos com que ela seja. Não somos pobres de tempo, mas pródigos. Acontece com o tempo da vida a mesma coisa que com as grandes riquezas. Se elas ficam em mãos de pessoas insensatas, se dissipam em um instante; e, ao contrário, as riquezas poucas e limitadas, estando em poder de administradores eficientes, crescem com o uso. Assim, nosso tempo de vida é bastante grande para os que fizerem bom uso dele.
Mas há muita gente que acredita que não tem tempo para ler, meditar ou buscar a sabedoria…
Sêneca – O movimento contínuo e o contínuo repouso devem ser igualmente rejeitados. O tipo de atividade que busca o barulho revela uma alma inquieta e agitada; e olhar com medo qualquer movimentação não é aproveitar o repouso, mas é cair na fraqueza e na languidez. Pensa nessa passagem que li em Pompônio: “Há olhos tão acostumados com a escuridão que na claridade enxergam mal.” É preciso combinar os dois estados: a ação deve vir depois do descanso, e o descanso deve acontecer depois da ação. Interroga a natureza, e ela te dirá: “Fiz o dia e a noite.”

2 comentários:

  1. Muito sábio o texto.
    Penso que, com a falta de qualidade de vida que insistimos em ter, cada vez nos afastamos mais e mais da ordem natural das coisas; e assim o nosso tempo fica cada vez mais curto.
    Parabéns pelo blog!
    Luísa

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  2. Oi, Ivandro! Seus textos são sempre muito interessantes! Tem um selo para você no http://miluzcintila.blogspot.com/2009/03/blog-post_8265.html

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