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segunda-feira, 30 de março de 2009

À luta

Algum problema sério na sua vida? Tomara que não. Mas podia estar. Se estivesse, duvido que você, ou quem quer que seja, saiba de suas plenas capacidades para superar adversidades. Nenhum de nós sabe. Acabo de guardar nos meus arquivos uma notícia da semana passada, notícia que não se esgotou com sua divulgação, notícia que entra para a História e serve para nos dar uma formidável lição. Vamos começar pelo começo.
Se alguém lhe dissesse que uma bomba atômica iria cair a um quilômetro de você, o que sentiria? E se alguém lhe dissesse que não apenas uma bomba mas duas cairiam ao seu lado, como reagiria? Não sei de sua resposta, mas muita gente morreria de susto. Só ao saber, morreria de susto.
Pois um japonês — Tsutomu Yamaguchi, de 93 anos — viveu essas duas experiências, duas bombas lhe caíram quase sobre a cabeça. E ele está vivo, vivíssimo, sem nenhum sintoma que hoje o possa apoquentar. Pode isso? E aí é que esta. O ser humano é absolutamente imprevisível, ninguém sabe do que somos capazes, ninguém nos conhece os limites da resistência, e ninguém, penso, jamais vai deslindar o grande mistério da vida que pulsa dentro de nós.
Esse japonês está na História, tanto na História dos povos quanto nos arquivos da ciência. Yamaguchi era morador de Nagasaki quando foi fazer negócios em Hiroshima, no dia 9 de agosto de 1945. Exatamente no dia em que os americanos jogaram sobre a cidade a primeira bomba atômica. Yamaguchi queimou-se, foi atendido "daquele jeito" e três dias depois voltou para sua cidade, Nagasaki. E nesse exato dia, os americanos deixavam cair a segunda bomba sobre o Japão. E lá estava Yamaguchi, outra bomba sobre ele.
Sobreviveu outra vez, está na História como o primeiro sobrevivente comprovado da explosão da duas bombas. Quer dizer, se um sujeito sobrevive, sem marcas, a duas bombas atômicas, qualquer ser humano pode suportar e superar sofrimentos ou experiências de igual expressão ou até mais. Não há doenças mortais, e todas as doenças podem ser mortais. Não há moléstia que não possa ser vencida, ninguém sabe do que é capaz o corpo humano, isso sem falar que o incurável de muitas moléstias deve-se apenas à ignorância da ciência de hoje. Nunca se entregar, lutar, crer e entender que não sabemos dos nossos limites. Se um sujeito vence a radiação soberba de duas bombas atômicas e chega aos 93 anos inteiro, entregar-se diante de qualquer desafio da vida é covardia.
Yamaguchi venceu duas bombas atômicas, e nós, vamos nos entregar ao vento sul? À luta.

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