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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Novo homem, nova mulher

O site Bolsa de Mulher fez uma enquete com 1.116 brasileiras, entre 30 e 40 anos de idade, para saber o que significa statuspara elas. Você acha que as entrevistadas falaram de roupas caras, sapatos e bolsas de grife? Nada disso. Para 25% das moças, status seria ocupar uma posição de destaque no trabalho. Em seguida, com 23% de menções, veio a opção de ser dona do próprio teto em um bairro valorizado.
Esse é um retrato fiel do que acontece com muitas brasileiras, especialmente nas classes sociais mais elevadas. Porém essas conquistas pessoais cobram seu preço. Outra pesquisa, feita pelo Ibope, mostrou que as mulheres com renda superior a 15 mil reais mensais se sentem menos felizes do que as que estão na classe C. O motivo é a falta de tempo, que aflige as mais ricas, que precisam conciliar trabalho, estudos e família. Ainda segundo o Ibope, apenas 15% delas estão satisfeitas com sua atuação como companheira ou esposa e só 27% acham que desempenham satisfatoriamente o papel de mãe.
Se o peso das próprias conquistas traz infelicidade para as mulheres da classe A, por outro lado, a felicidade das brasileiras da classe C se explica exatamente porque elas estão saindo do casulo e redescobrindo o mundo. Para você ter uma idéia, há cinco anos 67% delas concordavam com a frase “me realizo através dos meus filhos”. Hoje, apenas 45% pensam o mesmo. Tem mais: em 2003, 89% diziam que “o que eu mais quero na vida é ser uma boa mãe”. Em 2008, esse percentual caiu para 62%. Isso mostra que a típica mulher de classe média, antes dedicada exclusivamente ao bem-estar da família, está agora disposta a investir na realização pessoal.
Mas se a alma feminina passa por profundas transformações, a masculina não fica atrás. Pesquisa recente feita pelo instituto Ipsos mostrou que os homens de melhor poder aquisitivo das grandes cidades estão incluindo na sua lista de compras itens para a casa, roupas e acessórios. Além disso, o desejo de se manter jovem está mais explícito não apenas como um elemento de atração mas também como estratégia de progresso social e profissional. Isso significa que nós, rapazes, já temos um bom álibi para justificar, por exemplo, a compra de produtos de beleza e cuidados pessoais. As mudanças nos homens brasileiros não se restringem ao consumo. Muitos também assumiram responsabilidades e funções antes femininas, como cuidar dos filhos, da casa e das compras de supermercado.
A prova definitiva da convergência de papéis oferecida pelo estudo, porém, é a libertação emocional dos machos do século 21, que se envergonham menos de demonstrar afetividade, expressar sentimentos e valorizar as relações estáveis. Definitivamente, já não se fazem mais homens e mulheres como antigamente. Se isso é bom ou ruim, só o tempo dirá.

3 comentários:

  1. Ivandro: É interessante essa evolução das raparigas brasileiras, face à importância atribuída aos vários papeis que desempenham , como mães e trabalhadoras.Ainda há um longo a percorrer...
    A propóstito, onde encontaraste este estudo?

    Susana

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  2. Parabéns, por este post grandioso revelador do crescimento do feminismo no Brasil. As mulheres a cada dia vem buscando seu espaço. Agora, podemos ver mulheres nas mais variadas áreas possíveis. Mas, esta mesma mulher que é trabalhadora, dedicada e que tem muita raça, também ama a família, o marido, seu homem. Ela apenas quer um lugar ao sol...
    Parabéns, viu ?!!!! Eu adorei...um beijão

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  3. Ivandro, cada vez mais as mulheres de hoje estão convencidas que elas podem, sim, ser mais e desejar mais. Não só as mulheres, mas os homens também estão mudando. Confesso não sentir saudades dos tempos de antigamente. Beijos.

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