Seguidores

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Livros consagrados dão lições profissionais











Um livro considerado "clássico" não morre. E, justamente por ser clássico, tem força para ganhar releituras. Prova disso é o emprego dado a títulos como o tratado militar A Arte da Guerra, do chinês Sun Tzu (544-496 a.C), e o manual político O Príncipe, de Nicolau Maquiavel (1469-1527). O mesmo ocorre com a consagrada fábula do francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) O Pequeno Príncipe. Encarados como fontes de sabedoria e reflexão, esses livros vêm conquistando espaço na cabeceira de profissionais em busca de motivação para turbinar a carreira.
"A utilização de frases e trechos de livros em eventos da empresa é uma forma de criar motivação", diz o executivo Milton Pereira, da Serasa Experian, multinacional que presta serviços de análise e informações de crédito. Fã de literatura, Pereira usou recentemente uma frase do mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967) ao receber o troféu de Profissional de RH do Ano, entregue pela revista , da Editora Abril - que publica VEJA. "É junto dos bons que a gente fica melhor", disse. Ao lado de Fernando Pessoa e Maquiavel, Guimarães Rosa figura entre os autores citados por Pereira em palestras proferidas dentro e fora da Serasa.
Se as linhas de Pessoa e Rosa servem como fontes de inspiração, Maquiavel e seu O Príncipe são vistos como exemplo daquilo que uma empresa deve evitar a qualquer custo. "Maquiavel dá lições sobre poder que não são aplicáveis em uma empresa ética, como aliar-se aos inimigos para governar", explica Milton. Vale lembrar que o clássico do Renascimento italiano foi produzido em um momento particular e de transição da vida política europeia, em que o pragmatismo do monarca era fundamental para a afirmação do estado moderno.
O príncipe do bem - Mais lições para o universo corporativo são retiradas de outro título principesco. E muitos executivos já descobriram isso. "O Pequeno Príncipe foi um dos livros mais vendidos no nosso estande na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano", diz Marisa Bof, proprietária da rede gaúcha Livros de Negócio, voltada para o mundo corporativo. "Parece um livro de criança, mas muitos adultos o procuram", garante a empresária, que nesta semana vendeu um pacote de exemplares da obra para uma empresa local. "O Pequeno Príncipe atrai executivos por proporcionar auto-conhecimento e uma reflexão sobre a vida", afirma Marisa, citando fatores que o mercado considera cada vez mais necessários para uma carreira produtiva.




Foi uma análise semelhante que levou Roberto Lima Netto a escrever O Pequeno Príncipe para Gente Grande (editora Best Seller). Na obra, o ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) procura mostrar como o texto de Saint-Exupéry pode oferecer metáforas valiosas para os homens de terno e gravata.
Com igual proposta, Lima Netto se dirigiu àquele que talvez seja o maior clássico de todos os tempos, a Bíblia, de onde sacou novas ideias para a vida e a carreira, registradas no livro Os Segredos da Bíblia. "No Velho Testamento, vemos que Jó era um homem íntegro e reto, temente a Deus. Como explicar que tenha sofrido tanto, perdendo os filhos e os bens? A questão é que Jó, apesar de correto, era acomodado. Quando Jó mudou de atitude, Deus voltou a cumulá-lo de bênçãos."
Atleta de cabeceira - O fenômeno de releitura dos clássicos se repete na área esportiva. O técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, recorre habitualmente a essas obras para motivar seus jogadores. "É interessante refletir sobre as leituras que fazemos e aproveitá-las no nosso dia a dia, traçando parâmetros [para a carreira]", diz. Seu favorito nesse campo é A Arte da Guerra. "Cheguei a distribuir exemplares para atletas, e tenho algumas passagens do livro anotadas no meu diário, que consulto sempre."
Outro técnico que investe na literatura é Larri Passos, ex-treinador de Gustavo Kuerten. "Com o Guga, eu comecei com O Outro Lado da Meia-Noite, de Sidney Sheldon. No aniversário dele deste ano, eu dei A História Secreta de Mao. Adoro livros sobre líderes comunistas, pois eles me ajudam a lembrar por que sou capitalista", brinca. Para Larri, ler ajuda o atleta a se desligar da tensão das competições e a se conhecer melhor. "Se eu não tivesse lido O Pequeno Príncipe e outros livros, não teria me conhecido e não teria sido nada."




Um comentário:

  1. Saudações Natalinas!
    Amigo Ivandro,
    Os livros a Terceira Margem do Rio, O Príncipe, A Arte da Guerra e o Pequeno Príncipe, são clássicos, que podem levantar qualquer ser humano, desde que siga e aplique em boas coisas os seus conteúdos.
    O seu texto está simplesmente. Magistral!
    Parabéns pelo post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

    ResponderExcluir

  • Leia também: