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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Livros que combatem os estereótipos e conferem poder às mulheres chegam ao mercado infantil



Era uma vez uma linda princesa que podia escolher qualquer belo príncipe para se casar, mas optou por viver feliz ao lado de seus animais de estimação. O foco dessa mocinha não era o casamento. Esse conto, chamado “A Princesa Sabichona”, da inglesa Babette Cole, é um exemplo do que tem sido chamado, nos Estados Unidos e na Europa, de “literatura infantil feminista”. Trata-se de uma vertente de livros que embaralha os tradicionais papéis de meninos e meninas nas histórias para crianças e atinge dois objetivos de uma vez: agrada mais à garotada de hoje e liquida com a cultura patriarcal que reserva às meninas o papel de passivas e aos meninos o peso de matar o dragão ao final, sempre. Neste filão literário, os gêneros são equivalentes, como defende o movimento feminista, e o casamento como um ideal das mulheres é uma das ideias mais combatidas.
No Brasil, há poucos desses títulos à venda. “Esse poder das personagens femininas ainda é incipiente no País”, explica a psicóloga Jane Felipe, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “A maioria dos livros infantis ainda reforça uma feminilidade ligada ao cuidado com a beleza, ao ambiente doméstico, à fragilidade.” Mas no cotidiano, as coisas estão mudando. E quem tem filhos pequenos já percebeu.

IDEIAS ANTIGAS
A maioria dos livros ainda reforça a feminilidade
ligada à beleza e à fragilidade

Apontada como uma das principais incentivadoras dessa diferenciação entre meninas e meninos, a Disney resolveu mostrar que também está antenada com os novos tempos e criou a categoria “mulheres em papéis positivos” na Hyperion Books for Children, um selo de sua divisão de livros. O best seller nos EUA “Grace for President” (Grace para Presidente), de Kelly DiPucchio e LeUyen Pham, é um dos títulos. Se homens podem ser presidentes, mulheres também pelo menos de classe, como quer a personagem principal. “Livros como o meu mostram que houve progresso, mas há muito a fazer”, disse Kelly à ISTOÉ. “Não acho que 30 anos atrás meninas se perguntavam sobre mulheres na presidência. Mas o fato de ainda se perguntarem mostra que há barreiras culturais e políticas a serem superadas.” Kelly ressalta que a geração passada não leu histórias sobre meninas piratas, vampiras, astronautas ou sobre mães que trabalham, em vez de cuidarem da casa e dos filhos. Já as personagens de hoje até dirigem tratores, como no livro para colorir “Girls Are Not Chicks” (Meninas Não São Menininhas), de Jacinta Bunnell e Julie Novak. Jacinta teve a ideia de escrever para crianças quando era babá e se via recontando histórias que considerava sexistas. “Espero que as pessoas sejam mais críticas em relação aos produtos para as crianças e à maneira como eles introduzem (pre)conceitos cuja influência nem percebemos”, disse Jacinta.

Um comentário:

  1. Saudações!
    Amigo Ivandro,
    Excelente Post!
    Ainda não li nenhum livro do gênero, mas vou procurar me inteirar um pouco sobre o tema.
    O que deve fazer a grande diferença é o (pré) conceito!!!
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LSION.

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