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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nunca tantos foram tão felizes materialmente como hoje


Dois, três dias de folga não resolvem o problema. Remédios? Escondem o problema, mas o problema está lá, na raiz. Nunca, como hoje, a massa coletiva humana foi tão infeliz. E justamente quando o conforto está ao alcance de qualquer pessoa. Um pobretão de hoje daria invejas doentias a um sultão da Idade Média.

Os reis antigos tinham poder sobre pobres coitados, escravos, vassalos, mas era-lhes um parto tomar um simples banho no inverno, era água morna jogada de um balde por criados... Hoje um pobretão assobia debaixo de uma ducha Corona, Lorenzetti, a que for. Hoje qualquer pobre é um sultão, sentado num sofá, com os pés sobre um mochinho e viajando pelo mundo por meio do controle remoto e muitos bocejos.

Nunca tantos foram tão felizes materialmente como hoje. Note que eu falei felizes materialmente. Só que a felicidade material provoca tédio, embotamentos.

Vim até aqui, leitor, para dizer que os ingleses — ora viva, que novidade — descobriram que a segunda-feira é o dia em que se manifestam no corpo físico os sofrimentos emocionais do fim de semana. É quando mais as pessoas se acidentam no trabalho, e mais dispensas médicas pedem. Segunda-feira também é o dia dos infartos. E pela manhã, que é para a família ter tempo de tomar as providências...

Dizem os pesquisadores da Consultoria Mercer que as dispensas médicas são devidas, essencialmente, a questões psicológicas. Ah, é? E por aqui, por acaso, é diferente? Claro que não.

A primeira razão de tantos acidentes, infartos, e tudo o mais que se relaciona à infelicidade moderna, está aqui, à minha frente, numa manchete. É um trabalho da empresa americana HLCA Human Learning. Diz assim a manchete:

Pesquisa mostra que 78% dos profissionais são infelizes no trabalho

O trabalho é tudo, tanto felicidade para os que dele gostam quanto infelicidade para os que só trabalham por dinheiro. Quantas vezes já falei disso aqui?

As pessoas andam loucas porque lhes está ficando muito claro que as conquistas materiais do cotidiano aborrecem, não preenchem os vazios existenciais. Muita gente está se dando conta disso, mas só depois de muitas quedas na vida.

Problemas musculares? Dói tudo? É o resultado da couraça, do enrijecimento dos músculos como defesa às tensões, medos, angústias e inseguranças no dia a dia. Para a cura não procure remédio na farmácia, procure na consciência, no exame do modo de viver. E se tiver coragem, mude. Duvido. Ainda que torça por isso!

Um comentário:

  1. Saudações!
    Amigo Ivandro,
    Que Post Fantástico!

    O melhor é que é tudo verdade o que se encontra explanado no brilhante texto. São as conseqüências irreparáveis da automação pela fome insaciável de mais bens materiais como referencial de valores descabidos.
    Parabéns pelo magistral Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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