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domingo, 22 de março de 2009

Vida e dinheiro

Nada do que fazemos, nada, nem mesmo os grandes sacrifícios a que eventualmente nos submetemos de livre vontade, deixa de ser uma tentativa de ser feliz. Vou mais longe, os flagelos religiosos a quem se expõem muitos estúpidos é também busca da felicidade. Claro, esses doentes pensam que sofrendo chegarão ao céu. Céu...? O que quero dizer é que quando rodamos os polegares estamos em busca da felicidade, quando nos privamos da última bolachinha, que tanto queríamos, e a damos a um filho, é busca da felicidade. Tudo. O ato mais desatinado que o ser humano puder conceber, aí estará, dissimulada, a busca da felicidade. E o mais extremo, a mais refinada e mais assegurada liberdade humana na busca pela felicidade é o suicídio. Sim, o suicídio é a busca extrema da felicidade.

O sujeito, envolvido numa grave encrenca (grave para ele), não vendo outra saída, opta pelo suicídio. Quer dizer, de todas as soluções pensadas por ele nenhuma o aprazia, o suicídio foi então a decisão menos sofrida, que a provocaria menos sofrimentos. Ah, falta dizer que os “loucos” não se matam, não sofrem do coração nem morrem de câncer... Não é estranho? Sim, lembro do filme A Sociedade dos Poetas Mortos, quando o professor falando aos alunos sobre um problema ou um desespero existencial, os aconselhava a que subissem na mesa antes de desistir. Uma mesa imaginária, mas subindo nessa mesa veremos um novo cenário, uma possível solução que até então nos passara despercebida. O que não vemos não significa que não exista.

Santo Deus, o espaço está terminando e ainda não disse a que venho. É um caso de suicídio, de suicídio em busca da felicidade. A manchete do jornal dizia que “Vítima do caso Madoff comete suicídio em Nova Iorque”. Conta a história de um investidor americano que perdeu US$ 1,4 bilhão ao fazer um investimento errado numa das tantas arapucas financeiras dos Estados Unidos de hoje. Em resumo é isso. Quer dizer, o sujeito preferiu dar-se um tiro nos miolos a perder dinheiro. A vida dele valia aquele dinheiro? Para ele sim.

O sujeito não viu outra saída, ser-lhe-ia duro viver sem aquele dinheiro todo. É isso, muitas pessoas quando perdem dinheiro matam-se e matam a família, o que, aí sim, é crime grave. Mas na sociedade de hoje há muitíssimos que preferem o anonimato do sepulcro a passar por pobre. Quem pensa assim já é pobre, da pior pobreza que pode “matar” um ser humano: a da cabeça. A vida é o bem supremo? Sempre o será para quem não tem o deus dinheiro por Deus.

2 comentários:

  1. dinheiro é bom!!!mas tem que saber usa-lo / ja fui um empresario muito bem sucedido na area de logistica / com 24 anos eu era o cara / perdi tudo - dezenas de processos na justiça / virei um fugitivo /perdi todos os meus "melhores" amigos/ vi que o mundo dos marginais é melhor/ acaba o interesse / quem gosta da minha companhia é por mim e nao pelo que tenho ( nada!!!)...eu nao vou dizer que um dia nao vou pegar um revolver e dar um tiro nas minhas fuças quando nao der mais para resolver os problemas mas se matar por dinheiro é um pouco de exagero.prefiro algo mais nobre...

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  2. Adorei seus artigos...
    Breve voltarei pra visitar
    Abraços

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