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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Em excesso, a limpeza pode virar doença.


MANIA DE LIMPEZA

Em excesso, a limpeza pode virar doença. Medo de contaminação é um dos transtornos obsessivo-compulsivos mais comuns, segundo a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de SP.

"A limpeza se torna um ritual obrigatório, que perturba a pessoa e impede que ela faça outras atividades."

A dona de casa Marina Carpi, 53, sempre foi perfeccionista e gostou de tudo muito limpinho. Até que a mania passou a incomodar.

"Toda vez que saía de casa tinha que trocar de roupa porque achava que eu estava suja. Tomava vários banhos por dia para me sentir limpa", diz ela, que fez terapia por três anos. Hoje, se considera bem melhor.

Além de ser um sintoma de um transtorno, lavar várias vezes as mãos e tomar vários banhos não faz bem à pele.

"Nossa pele tem uma barreira sebácea natural. Se a agredirmos, podemos causar infecções", diz a dermatologista Luciana Conrado.

Um banho de cinco a dez minutos ao dia é suficiente. E não é preciso esfregar. "Não somos panelas, para ter que lavar com esponja. Sabonete, só onde está mesmo sujo."

O contato com micro-organismos também estimula o sistema imunológico. "Crianças que não foram expostas a ambientes com mais bactérias e vírus têm maior possibilidade de desenvolver alergias", afirma Clóvis Eduardo Santos Galvão, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

RESISTÊNCIA

Muitos sabonetes e outros produtos bactericidas têm triclosan ou triclocarban na fórmula. Cientistas debatem se essas substâncias antimicrobianas podem selecionar bactérias resistentes, contribuindo para o surgimento de superbactérias.

"Qualquer antimicrobiano, ao eliminar bactérias, seleciona micro-organismos mais resistentes", diz Marco Miguel, professor de microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para ele, germicidas devem ser usados só em situações específicas: em hospitais e na manipulação profissional de alimentos e lixo.

"Sabão comum remove a sujeira com a mesma eficácia. Não devemos desperdiçar substâncias químicas. Com o tempo, teremos que criar novas, mais potentes".

A polêmica vai longe. Semana passada, um grupo da Universidade do Arizona, nos EUA, depois de realizar estudos com os compostos químicos, declarou que não têm eficácia e não se degradam facilmente no ambiente.

Segundo a Unilever, fabricante da linha Lifebuoy, seu sabonete não tem triclosan na fórmula. "O ingrediente foi substituído por outro agente para minimizar o impacto ambiental".

"A ação antibacteriana do produto é comprovada por rigorosos testes em laboratório e o uso pode evitar doenças comuns como diarreia e infecções respiratórias."

De acordo com a Reckitt Benckiser, fabricante do sabonete Dettol, que tem triclocarban na fórmula, "o uso de produtos antimicrobianos, tais como Dettol, é capaz de remover as bactérias patogênicas, mas não as bactérias inofensivas da pele".

Ainda segundo a fabricante, esses produtos "têm um papel importante na saúde pública e também ajudam a controlar surtos de resistência a antibióticos."

A Colgate/Palmolive, fabricante do sabonete Protex, foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.

2 comentários:

  1. Oi, Ivandro!

    Uma vez eu vi na TV uma moça que tinha loucura por limpeza!
    Demorava para chegar nas festas porque estava limpando a casa.
    O marido e as filhas íam na frente, e ela, às vezes, só chegava no local do evento quando este já tinha terminado...
    Estranho que a psiquiatra que estava no programa disse que aquilo era normal pois ela, a dona-de-casa, não estava sofrendo.
    Bem, na minha opinião, era doença, sim, só que ainda não estava atrapalhando, só isso...
    Se a gente encanar com as coisas, tudo vira doença!
    Devemos evitar ter pensamentos negativos pois eles, geralmente, são o que atraem essas coisas!...


    Abraços,
    Mary :)

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  2. Morrei um época próxima a uma casa que tinha uma mulher que acordava as 4 hs da manhã para varrer a rua em frente a casa dela, seu esposo me disse que a mesma consumia uma vassoura por semana,
    o pior era ter que acordar com aquele barulhinho: chap, chap!!!!
    meu Deus era uma tortura...
    abçs Marivan

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